Conrado Mazzoni (cmazzoni@brasileconomico.com.br) 10/12/10 19:44
A equipe de petróleo & gás do Itaú BBA acredita exatamente no oposto das expectativas atuais para o petróleo. Os analistas esperam que a commodity fique mais barata no decorrer do ano que vem.
"Projetamos que o petróleo atinja a faixa de US$ 85 a US$ 90 o barril no primeiro semestre de 2011", com as cotações perdendo fôlego até dezembro.
A hipótese faz parte de relatório do Itaú BBA, assinado por Paula Kovarsky e Diego Mendes. A premissa é a possível recuperação do dólar como resultado da continuidade da melhora econômica nos Estados Unidos.
Segundo a equipe da instituição financeira, estrategistas globais cogitam comprar ações americanas com o intuito de capturar a retomada dos EUA. Isso quer dizer mais gente correndo atrás de dólar, o que valoriza a divisa.
A moeda americana mais alta implica em petróleo mais barato, e vice-e-versa. Como o óleo bruto é denominado em dólar, há uma natural compensação de valor. Um dólar mais apreciado rouba a atratividade dos investimentos em commodities.
O recente salto das cotações do petróleo tem incomodado os economistas atentos à economia dos Estados Unidos. As condições ruins do mercado de trabalho, com empresários relutantes em novas contratações e consumidores endividados, não combinam com pressão de preços nos combustíveis.
Nesta semana, as cotações do petróleo se aproximaram dos US$ 90 o barril em Nova York, fechando a sexta-feira (10/12) cotadas a US$ 87,79.
Para os analistas, pelo menos na primeira metade de 2011 o barril deve continuar mais caro, em meio às injeções de dólares que vêm sendo realizadas pelo governo americano. Depois, vem o ajuste, com a economia melhorando e o dólar recuperando.
"Nós, portanto, estimamos um declínio nos preços do petróleo a um nível mais razoável de US$ 80 o barril até o final de 2011", completa a equipe do Itaú BBA, renegando, assim, a ameaça de bolha na commodity.
Recomendações
A mudança nas perspectivas para os preços do petróleo refletiu nas recomendações para as ações brasileiras do setor na bolsa.
O preço-alvo para os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) foi elevado de R$ 38,20 para R$ 40,40. Isso equivale a um potencial de valorização de cerca de 57%.
Para os ativos da OGX Petróleo (OGXP3), braço de petróleo do grupo EBX, de Eike Batista, o preço-alvo estipulado passou de R$ 31,00 para R$ 33,30 - potencial de valorização de aproximadamente 68%.
Fonte: Brasil Econômico
